Venda de veículos aumenta 7,1% em setembro, aponta Anfavea

SÃO PAULO – (Atualizada às 13h35) As vendas de veículos no país em setembro aumentaram 7,1% em comparação com o mesmo mês do ano passado, num total de 213,3 mil unidades. A alta revela uma continuidade da recuperação do setor automotivo que surpreende, segundo o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Antonio Megale.

“O mercado parece indiferente à volatilidade política”, destacou o dirigente ao divulgar o desempenho do setor no mês passado.

No acumulado do ano, foram vendidos no país 1,84 milhão de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus, o que representou um aumento de 14% em relação aos primeiros nove meses de 2017.

Segundo Megale, a média diária de licenciamentos em setembro, de mais de 11 mil, foi a melhor desde janeiro de 2015. E a venda de caminhões nos nove meses de 2018 — 52,7 mil unidades — já superou as vendas de todo o ano passado.

Em setembro, a produção de veículos somou 223,1 mil unidades, uma queda de 6,3% em relação ao mesmo período de 2017. No acumulado do ano, foram produzidas 2,19 milhões de unidades, um aumento de 10,5%.

Projeção

O aumento da demanda por carros e caminhões nas últimas semanas levou a Anfavea a elevar a expectativa de crescimento do mercado interno neste ano de 11,7% para 13,7% na comparação com 2017, o que representará um mercado de 2,54 milhões de unidades.

A previsão de produção, no entanto, ficou inalterada. A Anfavea calcula um aumento de 11,1% na produção de veículos neste ano em relação à 2017. Segundo Megale, o aumento de demanda no mercado doméstico não conseguirá compensar as perdas na exportação, provocadas pela crise na Argentina.

Emprego

Mas a recuperação das vendas de veículos no mercado interno continua a ajudar a manter o nível de emprego no setor. As montadoras de veículos fecharam setembro com 112,8 mil funcionários, o que representou alta de 3,3% na comparação com um ano atrás.

Por conta de ajustes no ritmo de produção, que diminuiu em razão da crise na Argentina, as montadoras continuam, no entanto, recorrendo ao “layoff” (suspensão temporária do contrato de trabalho). A quantidade de operários afastados das fábricas soma 827 pessoas.

Exportações

E a retração da demanda na Argentina segue afetando o volume de exportação de veículos produzidos no Brasil. No mês passado, os embarques caíram 34,5 % na comparação com setembro do ano passado. No acumulado do ano, foram exportadas 497,3 mil unidades, o que representou uma queda de 8,2% em relação a igual período de 2017.

Megale destacou que o desempenho negativo deve-se também à queda de demanda no México. Segundo ele, o desafio da indústria é buscar novos mercados, para reduzir a dependência dos mercados mexicano e argentino.

As exportações de veículos acumulam receita de US$ 9,3 bilhões nos nove primeiros meses do ano, o que representa uma retração de 2,4% na comparação com igual período de 2017. Somente em setembro, a receita com vendas externas somou US$ 733,9 milhões, uma queda de 31,5% em relação ao mesmo mês anterior.

(Marli Olmos | Valor)

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